quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Soul's Murder


A sacada do décimo primeiro andar onde você mora sempre parece uma solução fácil quando se está mal. A vida parece miserável e a impressão que tens é que nunca fostes feliz um dia. A curiosidade que tens para saber o que há do outro lado é incansável, e uma voz dentro de ti não para de sussurrar.
"Você todo dia chora, Lua Gargalhante. O que há de errado com sua vida, afinal? Não gosta dela? Então olhe para a sacada e a vista embaixo dela. Você realmente acha que teria coragem para alcançar o chão daqui mesmo?".
"Às vezes realmente me passa pela cabeça, Pensamento. As coisas perdem suas cores, os sons só irritam seus ouvidos, até mesmo as músicas que sempre te acalmavam quando estava assim. Os dias sempre parecem mais brilhantes que os outros e isso faz seus olhos estremecerem. Não importa o que os outros falem para tentar te deixar bem, você parou de escuta-los há muito tempo".
"Compreendo, minha Cara Lua Gargalhante.".
E Ele se calou. Isso seria uma indireta ou simplesmente não soube o que mais dizer? Acho, sinceramente, para pensar melhor. Ele não quis tirar conclusões precipitadas, obviamente. Vou fazer que nem Ele, pensar mais um pouco. Ver o que decido e, depois, faze-lo como achar melhor.
A razão de tudo isso é que sempre vivi uma vida inventada, falsa. Dizia que estava tudo bem mesmo não estando. Um dia, cansei disso. Quero acabar logo com tudo. Mas, enquanto o Pensamento não se resolve, fico aqui na esperança de ele me dizer a coisa certa a fazer.

Um comentário:

Gilson Vilan Machado disse...

perturbador, ao passo que é interessante. realmente muito bom