quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Jorrada de secas

Deixe de ser hipócrita. O que pensas que vê a sua frente? Um paraíso, ou um monte de lixo espalhado mas que parece pouco a olhos nus? Bem, o que estais vendo aqui não é mais nada do que a situação que se encontra o planeta. O que queres se gastarmos milhares de litros de água hoje, e amanhã, derrepente, não ter mais nada? O que estais vendo abaixo já foi uma bela catarata jorrada de água para todos os lados. Mas, alguns anos prósperos, ela estará prestes a secar. Consequências? Nós, que não paramos de nos poluirmos por dentro. Isso, nos faz destruirmos tudo que há fora de nós. Pense melhor. O que queres para o futuro de seus filhos, se nós mesmos estamos destruindo isso que ainda nem adquiriram? Reduza. Reutilize. Recicle

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Inesquecível

Ela caminha com tanta atitude. Rebolando, ela vai ao final da caminhada. Já cansada de os outros lhe dizerem o que fazer. Ela é uma mulher que não aguenta o que os outros falam, ela está cheia deles, ela é independente.
Já tem dezoito. Cabelos castanhos com leves luzes. Olhos cor de verde ao clarão, e ao entardecer, uma bela cor de castanho. Alta e magra. Ela não precisa de nenhum conteúdo físico para lhe transformar em uma bela pessoa. O que lhe faz ser gentil e bonita são seus pensamentos.
Não posso muito falar sobre ela, não tenho certeza de tudo. Mas o que eu sei é que ela é especial.
Ninguém aguentaria um emprego infernal como ela faz. Ninguém aguentaria momentos como ela faz. Ninguém faz melhor, como ela faz.
Apenas imagens, em minha mente passam sobre ela. Porque ela, se foi, mas é inesquecível. Não que tenha morrido, mas é te deixar qualquer um com falta quando não está por perto. Ela não está a venda, porque seria impossível alguém ter dinheiro no mundo que possa pagar o que ela vale. Quem a conhece, sabe. Ela é diferente. Pode até ser marrenta, mas é difícil de esquecer. Quem a deixou na mão, se arrependeu, porque perdeu uma grande amizade.

Para Rafaela A. Corrêa, quem conhece, nunca esquece

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sapecar

Não pertenço aos homens em si. A humanidade é minha aliada, e a chapinha companheira. Não fui feita para queimar meus dedos em uma lata, mas sim, fazendo brigadeiro. Não fui feita para lavar roupas, e sim, sujá-las. Afinal, para que existe Omo?
Sou criança. Amante. Casada. Solteira. Amiga. Melhor. Cozinheira. Estudiosa. Inteligente. Estúpida. Ética. Importante. Escritora. Poeta. Professora. Aluna. Objeto. Mulher. Homem. Ignorante.
Tenho direito. Tenho o direito de me divertir. De aprontar. De sapecar. Tenho direito de rir. Sorrir. Subir. Subir escadas, elevadores, montanhas, ladeiras.
Quero. Quero sonhar. Aprender. Desejar. Ter. Quero ser, ver, quero morrer. Morrer de saudade, paixão, de felicidade. Quero acreditar. Acreditar que um dia, poderei ter o desejo de voltar a ser criança.

domingo, 4 de outubro de 2009

Com um final feliz

Somos soldados de chumbo. Bailarinas de cristal. Somos projetos engenhosos de seres vivos. Somos uma população repugnante. Que foi feita com o objetivo de seguir um sistema ridículo, que hoje, controla nossas mentes.
Um povo ignorante, que concorda com a possibilidade sobre o que a ciência já explicou que se torna impossível.
Pessoas covardes habitam o mundo. Capazes de se entristecer tanto a ponto de ficarem com raiva sobre a situação que se encontra diante dos próprios olhos, foi feita pelas mesmas mãos.
O que são eles para pensarem que podem destruir uns aos outros?
Nessa guerra não há vencedor. Todos perdem. Todos morrem. Por suas próprias armas. Armas, que criaram ao longo do tempo, e que apenas esperavam para que um dia pudessem retribuir.
Há de morrer todos queimados. Estamos gastando milhares e milhares litros de água em apenas um dia.
O que esperam? Que um dia toda a natureza renasça e volte a ser como no paraíso? Um mero sonho, meu amigo. Vocês já comeram o fruto proibido há tempos. Deus já os expulsou. Mas ainda rogam vingança. E a estão conquistando pouco a pouco. O Todo Poderoso já pediu trégua, mas continuam atacando. Até, que o inimigo está morto. E vocês bombardeando. Esperando que matem uns aos outros. Bela história para um final feliz, não?

Com a mira perfeita em seu peito

Simplesmente, desaparecera. Coitada, menina pequena, apenas 8 anos. Cabelos cacheados, cor de marrom. Mulata. Olhos verdes. Magra. Menina inteligente, menina sapeca.
Sempre procurou o melhor para si própria. Pena. Seus pais não levavam muito a sério quando ela dizia que ia escapar em meio a uma noite escura. Com o céu repleto de estrelas.
Até que foi esperta. Saiu naquela certa noite. Embrulhou roupas em uma pequena trouxa feita com seu cobertor. Um bilhete escrito com uma caneta falhada: "Beijos, para mãe e pai", e apenas. Sem localização, sem nada.
Agora, lá estava ela. Rumo à Inglaterra. Como chegou lá, impossível dizer. Provavelmente, guiada por um caminhoneiro que abusava daquele pequeno corpo. Os pais, naquele mesmo dia que sua filha desapareceu, correram. O mais rápido que puderam até o próximo policial que encontraram. Ele, foi tão repugnante e grosseiro. Com um palito a boca, exclamou as seguintes palavras:
_Desaparecimento? Apenas 48 horas depois que a pessoa está sumida.
Ignorante. Deixou as palavras caírem da boca como se fosse os direitos de alguém que acaba de ser preso. E o resto daqueles estúpidos policiais, nem queira saber.
A angústia desses pais era impensável. Não conseguiram suportar tanta curiosidade para saber se sua filha estava bem. Ligaram imediatamente até a irmã da pequena. Contaram toda a situação. Mas, apenas seis anos depois que, aquela mesma menina derrepente, apareceu. Graças a sua irmã. Que teve a genial ideia de entregar fotografias à polícia.
Aquele repugnante homem, que carregava uma arma na cintura e um distintivo no peito, morrera. Acidente de carro, naquele mesmo dia em que a garota desapareceu, mas apenas 48 horas depois que acharam seu corpo.
Agora, o policial que lhes atendeu, era um doce homem. Aquele mesmo, teve a brilhante ideia de usar um certo programa de computador que reconstruíra faces após anos e anos. Agora, aquela ingênua menina, estava com quatorze anos em uma foto recém imprimida.
Logo após duas semanas, ela foi achada por sua irmã. Em um estado despresível. Estava em um beco sem saída de Londres. Com uma bala, calibre 38, com a mira perfeita em seu peito.