domingo, 4 de outubro de 2009

Com a mira perfeita em seu peito

Simplesmente, desaparecera. Coitada, menina pequena, apenas 8 anos. Cabelos cacheados, cor de marrom. Mulata. Olhos verdes. Magra. Menina inteligente, menina sapeca.
Sempre procurou o melhor para si própria. Pena. Seus pais não levavam muito a sério quando ela dizia que ia escapar em meio a uma noite escura. Com o céu repleto de estrelas.
Até que foi esperta. Saiu naquela certa noite. Embrulhou roupas em uma pequena trouxa feita com seu cobertor. Um bilhete escrito com uma caneta falhada: "Beijos, para mãe e pai", e apenas. Sem localização, sem nada.
Agora, lá estava ela. Rumo à Inglaterra. Como chegou lá, impossível dizer. Provavelmente, guiada por um caminhoneiro que abusava daquele pequeno corpo. Os pais, naquele mesmo dia que sua filha desapareceu, correram. O mais rápido que puderam até o próximo policial que encontraram. Ele, foi tão repugnante e grosseiro. Com um palito a boca, exclamou as seguintes palavras:
_Desaparecimento? Apenas 48 horas depois que a pessoa está sumida.
Ignorante. Deixou as palavras caírem da boca como se fosse os direitos de alguém que acaba de ser preso. E o resto daqueles estúpidos policiais, nem queira saber.
A angústia desses pais era impensável. Não conseguiram suportar tanta curiosidade para saber se sua filha estava bem. Ligaram imediatamente até a irmã da pequena. Contaram toda a situação. Mas, apenas seis anos depois que, aquela mesma menina derrepente, apareceu. Graças a sua irmã. Que teve a genial ideia de entregar fotografias à polícia.
Aquele repugnante homem, que carregava uma arma na cintura e um distintivo no peito, morrera. Acidente de carro, naquele mesmo dia em que a garota desapareceu, mas apenas 48 horas depois que acharam seu corpo.
Agora, o policial que lhes atendeu, era um doce homem. Aquele mesmo, teve a brilhante ideia de usar um certo programa de computador que reconstruíra faces após anos e anos. Agora, aquela ingênua menina, estava com quatorze anos em uma foto recém imprimida.
Logo após duas semanas, ela foi achada por sua irmã. Em um estado despresível. Estava em um beco sem saída de Londres. Com uma bala, calibre 38, com a mira perfeita em seu peito.

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